Não deixe para depois o diagnóstico e tratamento da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa.
Mais do que 5 milhões de pessoas no mundo sofrem com estas doenças e a incidência está subindo anualmente.
Sendo assim, torna-se importante falarmos sobre as duas grandes representantes deste grupo: Doença de Crohn e retocolite ulcerativa.
As duas doenças possuem sintomas semelhantes e acometem principalmente adultos jovens entre 15 e 40 anos.
Os sinais e sintomas mais comuns são a diarreia crônica, acompanhada por muco (catarro) ou sangue, cólica abdominal, emagrecimento, desnutrição, perda de apetite, urgência evacuatória, febre e anemia.
Ainda podemos observar as chamadas manifestações extra-intestinais que surgem mais comumente com alterações nas articulações, pele e olhos.
Diante deste quadro é sempre importante lembrar destas doenças e procurar o especialista.
No início dos sintomas muitas vezes temos dificuldade em diferenciar doença de Crohn e retocolite ulcerativa.
De forma geral, a primeira pode acometer qualquer segmento do trato digestório (pode aparecer “da boca ao ânus”) e provocar alterações profundas na parede do intestino, trazendo repercussões graves.
A segunda sempre provoca lesões no reto e no intestino grosso, poupando as outras partes do trato digestório.
Utilizamos um arsenal para investigar e confirmar o diagnóstico, incluindo exames de imagem (tomografias e ressonâncias), endoscópicos (colonoscopia), no sangue (marcadores de inflamação) e das fezes.
Tivemos avanços importantíssimos na última década com o lançamento de uma classe de medicamentos, fornecida gratuitamente pelo SUS e pelos planos de saúde, chamada de “biológicos”.
Estas medicações trouxeram não somente a redução de sintomas e complicações, como permitiram a cicatrização das lesões inflamatórias.
Sendo assim, apesar de não haver cura, hoje podemos dizer que o tratamento correto é eficaz e permite uma vida muito próxima da normalidade.
Nem todos os pacientes precisam utilizar estas medicações uma vez que corticoides (somente no início do tratamento), anti inflamatórios específicos que agem na mucosa intestinal ou imunossupressores já trazem grande benefícios.
Entretanto, alguns pacientes, acometidos pela doença de Crohn principalmente, podem ter complicações que necessitam de tratamento cirúrgico para retirada de segmentos do intestino delgado ou grosso, bem como para tratamento de fístulas que podem aparecer na borda do anus.
O importante é o acompanhamento permanente com o especialista para evitar complicações e a mudança de alguns hábitos, focando em dieta saudável e prática de atividade física.
O esforço é constante, mas o retorno é muito gratificante.
Cirurgião Coloproctologista formado pela Santa Casa de SP e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
Sua ampla experiência em procedimentos intestinais por videolaparoscopia inclui cirurgias para o tratamento do câncer do intestino e reto.
Entre suas especialidades, destacam-se o cuidado com as alterações no ânus como hemorróidas, fístulas, fissuras e condilomas anais (HPV), além de problemas relacionados com o intestino, como os pólipos, a constipação, a diarréia e a incontinência.
